A Islândia tem cascatas absolutamente magníficas, embora com nomes difíceis de pronunciar. Algumas são bastante populares, enquanto que outras quase que ainda não foram descobertas. No total, há quem diga que são mais 10 mil quedas de águas, prontas para nos deixar em êxtase.
Com diferentes níveis de força, expressividade e beleza, deixo-te aqui 16 cascatas que visitei em duas semanas na Islândia. Visitei mais do que estas, mas ficam aqui algumas das que mais gostei. Estão por ordem de visita e não de preferência. Tudo a postos para mergulharmos em paisagens inesquecíveis?
Öxarárfoss
A Öxarárfoss fica no Parque Nacional Þingvellir, no sudoeste da Islândia e é alimentada pelo rio Öxará. A cascata tem cerca de 20 metros e é cercada por basalto escuro. Embora não seja das cascatas mais impressionantes da Islândia, o contraste da água com o basalto é inesquecível.
Para além disso, a Öxarárfoss tem a particularidade de se encontrar no Vale de Almannagjá. Aqui, estamos a caminhar entre dois continentes, pois temos a junção das placas tectónicas da América do Norte e da Eurásia. As placas não estão estáticas, e estão-se a afastar uma da outra a uma estimativa de cerca de 5 mm por ano.

Hlauptungufoss, Miðfoss e Brúarfoss
Para se chegar à Brúarfoss é preciso percorrer um trilho que nos leva primeiro pela Hlauptungufoss e pela Miðfoss. O percurso é linear e tem cerca de 7 quilómetros (ida e volta). Para mim, é daquelas caminhadas que valem mesmo a pena, quer pelo destino final como por tudo o que vamos vendo pelo caminho.
Durante o trilho, vamos acompanhando o rio Brúará, um dos rios mais azuis da Islândia. A cor é absolutamente maravilhosa, especialmente de estiver um dia de sol (como eu apanhei).
Depois de passarmos por uma parte com vegetação e terreno lamacento, a primeira cascata que vemos é a Hlauptungufoss. Esta cascata está localizada numa pequena ravina, de onde a água cai com uma força impressionante.

Cerca 500 metros mais à frente, sempre seguindo o rio, encontramos a pequena Miðfoss. Esta Cascata do Meio é tão modesta que quase nem parece uma cascata. Apesar disso, é muito bonita e merece a nossa total atenção.

Após cerca de 2,5 quilómetros, chegamos ao nosso destino, a Brúarfoss. O seu nome significa Cascata da Ponte e, de facto, a melhor vista para esta cascata é da ponte que ali se encontra. Tal como nas cascatas anteriores, a intensa cor azul da Brúarfoss não deixará ninguém indiferente.

Gullfoss
A Gullfoss, ou Cascata Dourada, é uma das cascatas mais emblemáticas da Islândia. É alimentada pela água do rio Hvítá, vinda do glaciar Langjökull. No total, a cascata tem 32 metros de altura.
É uma queda de água dramática, bem representativa da força bruta da natureza. Se estivermos próximos, facilmente levamos com fortes jatos de água. Num dia de sol, é possível ver um arco-íris por ali (eu apanhei dois!). O barulho da água, esse, pode ser quase ensurdecedor. É assombroso.

Urriðafoss
A Urriðafoss é alimentada pelo rio Þjórsá, o mais longo da Islândia, com 230 quilómetros de extensão. Esta cascata não é propriamente alta, mas tem um impressionante fluxo de água. Afinal de contas, é a cascata com mais volume de água do país!
O rio Þjórsá desce pela borda do campo de lava Þjórsárhraun, que foi o resultado do maior fluxo de lava na Terra desde a Idade do Gelo. Aqui, salmões e trutas correm rio acima para se reproduzirem.

Drífandi
A Drífandi é facilmente ignorada, especialmente porque se encontra muito próximo da popular Seljalandsfoss (que vamos ver em seguida). No entanto, esta cascata merece uma visita. Tem cerca de 70 metros de altura e, se estiver vento, a água não chega ao chão.

Seljalandsfoss
É fácil de perceber porque é que a Seljalandsfoss é uma das cascatas mais populares da Islândia. Com cerca de 65 metros de altura, esta cascata é absolutamente magnífica e imponente.
O melhor? Podemos passar atrás da cortina de água! Por isso, leva uma capa de chuva ou um casaco impermeável, assim como calçado aderente. Se fores durante o Inverno, o acesso pode estar fechado porque se torna perigoso andar por ali.

Gljufrabuí
Bem perto da Seljalandsfoss encontra-se a Gljufrabuí. Parcialmente escondida pelas rochas, pode passar despercebida. Mas é possível seguir um trilho que nos leva mesmo até junto à cascata. Para o percorrer, no entanto, precisamos de botas de caminhada impermeáveis, pois temos de andar por um pequeno riacho.

Sauðafoss
Chegar à Sauðafoss não é para qualquer um. Para começar, precisamos que o carro seja um 4×4. Existe uma subida longa e íngreme numa estrada de cascalho, e qualquer outro veículo terá problemas. Depois, o vento pode ser um desafio. Na altura em que a visitei estava um vento forte, e só dava para nos aproximarmos se fôssemos juntos ao chão.
Devido a esta combinação de factores, esta cascata não é muito conhecida. Na verdade, éramos os únicos por ali! Por vezes, esses são os melhores lugares. Só nós e a natureza.

Nauthúsafoss
Se estás à procura de uma aventura, a cascata Nauthúsafoss é para ti! Para lá chegar, temos de andar entre pedras escorregadias e não ter medo de deixar cair o pé dentro de água. A data altura é preciso passarmos para o outro lado do rio, e percorrer o resto do percurso agarrados a correntes presas na rocha.
Durante todo o percurso, temos uma uma paisagem incrível que mistura rochas, musgo e água. Um autêntico prazer para amantes de natureza.

Gluggafoss e Merkjárfoss
Na Glugafoss, o rio Merkjá criou janelas (gluggar) na rocha para a água passar. É uma cascata com uma aparência única, com características geológicas extremamente interessantes.
Na verdade, esta é uma cascada em duas camadas, cujo conjunto tem o nome de Merkjárfoss. A altura total são 53 metros, sendo que a água cai em duas etapas.

Skógafoss
A Skógafoss é uma das maiores cascatas da Islândia, com 62 metros de altura. Junto à cascata, encontramos uma escada (um pouco íngreme) que nos leva até bem próximo do ponto de queda de água, e de onde temos uma vista impressionante. Daqui, é possível percorrer um trilho que segue o rio Skógaá e onde vamos encontrando ainda mais cascatas magníficas pelo caminho.

Kvernufoss
A Kvernufoss não é das cascatas mais visitadas da Islândia. Encontra-se muito perto da Skógafoss, o que lhe rouba algum protagonismo, mas não deixes de a ir conhecer. Tem cerca de 30 metros e é uma das pequenas jóias escondidas do país.

Stjórnarfoss
A Stjórnarfoss, alimentada pelo rio Stjórn, tem um estilo e uma forma diferentes das cascatas “convencionais”. Talvez por isso tenha gostado tanto dela. Com 15 metros de altura, tem um interessante formato de cúpula, e está rodeada de rochas vulcânicas.

Foss midway li la lo (Fossálar)
A Foss midway li la lo foi incluída no roteiro muito devido ao seu nome curioso. É uma cascata interessante, especialmente pela paisagem que tem à sua volta. Não é uma cascata imperdível mas, se a estrada que segues para o teu destino passar por ela, faz uma pausa para a observar.

Hundafoss e Svartifoss
Hundafoss e Svartifoss são duas cascatas que se encontram no Parque Nacional Skaftafell. O percurso até à Svartifoss tem cerca de 1,5 quilómetros desde o Centro de Visitantes, e o caminho é quase sempre a subir. Pelo caminho, vemos a Hundafoss.

Ambas as cascatas são muito bonitas, mas a Svartifoss é especial, pelas colunas hexagonais de basalto que a rodeiam. Este tipo de colunas também se encontram noutros locais da Islândia, como na Península de Snæfellsnes, e na praia de Reynisfjara, mas em nenhum outro sítio há este contraste com a água.

Goðafoss
A Goðafoss é alimentada pelo rio Skjálfandafljót, o quarto maior rio da Islândia. Para mim, é uma das cascatas mais incríveis do país.
Goðafoss significa Cascata dos Deuses, e a origem do nome tem por base a Cristianização da Islândia no ano 1000 AEC. Segundo a lenda, Þorgeir Ljósvetningagoði, um dos principais governantes da época, atirou às águas da Goðafoss todos os seus ídolos pagãos, trocando o politeísmo nórdico pelo monoteísmo Cristão.

Guia prático
Como chegar
A Play Airlines é uma companhia islandesa de baixo custo que começou com ligações directas entre Portugal continental (Lisboa e Porto) e Reykjavík, pelo Aeroporto Internacional de Keflavík. É a melhor opção para quem quer uma ligação mais rápida e, reservando com algum tempo de antecedência, é possível encontrar tarifas bastante atractivas.
A maneira mais prática de percorrer a Islândia é através de um carro (ou outro veículo) alugado. A Ring Road (a estrada que circula a Islândia) está muito bem sinalizada e em boas condições. Tem apenas em atenção as condições climatéricas e de estrada, especialmente se viajares durante o inverno.
No entanto, para algumas das outras estradas será melhor ter um carro que seja 4×4. Existem algumas subidas e descidas íngremes, estradas em cascalho, e terrenos acidentados onde qualquer outro veículo terá problemas.
Mapa com as cascatas
Alojamento
Como éramos um grupo de 6, decidimos ficar alojados em apartamentos em praticamente todos os locais da Islândia por onde passámos. Se viajares com menos pessoas, de certeza que também vais encontrar boas opções de hotéis ou pousadas pela Islândia. É só questão de procurar.
Aconselho, no entanto, que pesquises com alguma antecedência, para conseguires encontrar alojamentos interessantes com preços convidativos também.
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