Inserida no Parque Natural da Serra da Arrábida, a 7ª Bataria do Regimento de Artilharia de Costa de Outão tem uma vista privilegiada. De um lado, observamos a Península de Tróia, e o Estuário do Sado. Do outro, o nosso olhar facilmente se deixa levar pelo Oceano Atlântico.
Hoje ao abandono, a 7ª bataria fazia parte da linha de defesa da costa atlântica e dos portos de Setúbal e Lisboa. Criada pelas Forças Armadas Portuguesas após a Segunda Guerra Mundial, esteve activa até 1998. Que segredos guardam as suas paredes, que histórias podem partilhar?



Constituída pelo posto de comando e 36 peças de artilharia de vários calibres, a 7ª bataria foi vencida pela modernidade. Diversas mudanças na arte de fazer guerra, como a artilharia portável e aviões a jacto, tornaram a sua existência obsoleta.
O tempo foi fazendo o resto. Das instalações restam apenas as paredes, que são hoje usadas como tela, quer para rabiscos, quer para obras mais complexas. Há muito que os vidros desapareceram, deixando as janelas permanentemente abertas.



Para além do posto de comando, o local também era composto por abrigos debaixo de terra, com diversos túneis, onde eram guardados os projecteis. Hoje sem electricidade, é difícil vislumbrar os corredores.
Apesar do seu estado de degradação, as instalações proporcionam uma combinação surpreendentemente harmoniosa entre o cenário bélico e a paisagem natural. Cada janela é uma nova oportunidade para nos deixarmos maravilhar pela costa portuguesa.



Os canhões, esses, ainda estão estrategicamente voltados para o mar. Travam a derradeira batalha contra o passar do tempo. Não os deixes cair no esquecimento, e faz-lhes uma visita. Prometo que vale a pena.
Guia prático
Como chegar
De Setúbal, são cerca de 15 minutos de carro, seguindo pela nacional 10 (N10). Não existe a possibilidade de ir até à 7ª bataria de transportes públicos. No GPS, será só procurar por 7 bataria, ou então adicionar as coordenadas 38°29’27.9″N 8°56’14.3″W.
Alojamento
Situada em plena Serra da Arrábida, uma visita à 7ª bataria é um excelente programa para quem quer explorar a região de Setúbal. Há vários locais para alojamento pela cidade, mas também na própria serra e junto ao Portinho da Arrábida. Se procurares, de certeza que vais encontrar um espaço que te agrade.
Apreciei muito o seu texto.
Mas…
Deixo lhe uma pequena sugestão:
Chamar canhão a uma peça é algo que qualquer militar e principalmente Artilheiro, não deixa nem pode deixar passar em claro.
Existe um grupo chamado os” amigos da artilharia de costa”, com página no Facebook. O Coronel Alpedrinha Pires é um nome conhecido, de alguns que tentam salvar o património da Artilharia de Costa que outrora fazia parte do RAC, Regimento de Artilharia de Costa, em Oeiras, entretanto extinto.
Têm o desejo de construir uma sede museu na 2Btr, na Parede.
Olá! Muito obrigada pelo comentário.
Para uma leiga como eu, “canhão” é a palavra que me vem à mente, mas agradeço imenso a clarificação! Vou fazer a alteração correspondente no texto 🙂
Muito interessante, essa ideia de construir uma sede museu!
Fiz minha tropa em setembro 1987resgimento artilharia da costa