Chemainus é uma pequena cidade situada na Vancouver Island (British Columbia), na costa oeste do Canadá. O seu nome está ligado a uma lenda indígena. Segundo a lenda, Tsa-meeun-is foi um xamã e profeta que se tornou um grande chefe aborígene depois de ter sobrevivido, contra todas as expectativas, a uma ferida profunda no peito. O nome do intrépido índio – Tsa-meeun-is, que significa Peito Quebrado – foi adaptado e abraçado pelo seu povo: Stz’uminus First Nation.
De Stz’uminus nasceu Chemainus e, tal como o coração do índio que lhe deu o nome, o espírito de Chemainus continua a bater corajosamente. Virada para o oceano Pacífico, esta modesta cidade de 3900 habitantes tem uma história de incrível perseverança, e conta com uma grande capacidade para se saber reinventar em momentos de maior adversidade.
A cidade de Chemainus foi-se construindo em torno do negócio da madeira, e as fábricas e serrações eram o principal empregador. A cidade cresceu e foi-se desenvolvendo devido à madeira e aos seus produtos. No entanto, na década de 1980, a indústria florestal da British Columbia passou por um período de recessão profunda, devido principalmente a uma diminuição substancial na procura e nos preços dos produtos florestais.
Quando a última fábrica de madeira encerrou em 1983, tudo indicava que Chemainus se iria tornar numa cidade fantasma, como tantas outras que existem no mundo. Afinal, a fábrica era o principal empregador, a cidade estava completamente dependente dela. Sem fábrica, não resta nada. A cidade encontrava-se fora da estrada principal, o que a tornava ainda mais vulnerável e propensa ao abandono. No entanto, quiseram os seus habitantes que assim não fosse.
Quando a única indústria encerrou, Chemainus mostrou ao mundo o seu espírito e determinação, voltando-se para os artistas. Com o incentivo do governo local, foram criados diversos murais pela cidade. Os murais representam cenas do passado de Chemainus, indo desde os Primeiros Povos, passando pela silvicultura, mineração e cultura marítima. São autênticas obras de arte, ali, a esperar por nós.
Esta galeria ao ar livre fez aumentar o turismo, o que ajudou a revitalizar a cidade. Permitiu também a criação de algumas empresas e pequenos negócios, incluindo um teatro, antiquários e restaurantes. Hoje, são perto de 40 murais, que podemos ver ao percorrer a cidade. No chão, pegadas em amarelo indicam o caminho. Segue-as comigo.
Estás a deixar o blog com um manancial de informação sobre o Canadá espectacular! A cidade tem uma história impressionante, de clara determinação em manter a cidade viva! Não conhecia e adorei – a história e os murais x)
Ainda tenho tanta coisa para escrever sobre o Canadá! É um país incrível 🙂 Normalmente cidades que dependem apenas de um empregador acabam por morrer se os postos de trabalho desaparecem… Achei que era uma história tão bonita, essa determinação em manterem-se ali e encontrar uma solução! Fico muito contente que também tenhas gostado 😀
[…] E foi só agora, em 2017, que eu as conheci. Ao visitar o bairro, não pude deixar de pensar em Chemainus, a cidade canadiana que também é uma galeria ao ar livre, embora mais pequena. Para facilitar a descoberta, as obras […]
[…] Sobre as Galerias de Arte Urbana de Chemainus (1983) […]
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