Acabados de chegar a Pequim após quase 2 dias viajando entre Ulaanbaatar e a capital chinesa, íamos apanhar outro comboio. Sim, iríamos regressar a Pequim, mas primeiro decidimos ir dizer olá aos Guerreiros de Terracota. Para seguirmos viagem até Xi’an, era necessário trocar de estação de comboio. Além disso, tínhamos comprado os bilhetes pela Internet, mas apenas possuíamos a reserva. Era preciso levantar os bilhetes físicos ao balcão.
Ao sairmos da estação de chegada, o contraste entre a pacífica Mongólia e a alucinante Pequim fez-se sentir. A calma deu lugar à agitação, o deserto populacional foi substituído por um oceano de pessoas. Ainda a tentar perceber como nos conseguíamos movimentar no meio de tanta gente, fomos procurar os balcões para levantar os bilhetes do comboio-bala que nos levaria a Xi’an.
A China Highlights – empresa pela qual comprámos os bilhetes – tinha enviado um guia muito detalhado sobre as estações e o processo de levantamento. O guia tinha até fotografias dos balcões e das placas que devíamos procurar. Vinha ainda com algumas frases em mandarim que podíamos mostrar a algum transeunte caso estivéssemos mesmo perdidos.
Procurámos os balcões que tivessem símbolos parecidos aos que víamos na fotografia do guia, mas não os encontrávamos. A maioria dos balcões era na rua, estavam filas enormes e um calor abrasador fazia-se sentir. Decidimos ir ao balcão de informações (também ele na rua). Aí, um amável senhor explicou-nos que tínhamos de voltar a entrar na estação e iríamos encontrar outros balcões lá dentro. Assim fizemos.
Depois de entrar na estação (não sem antes passar pela segurança), mostrámos a reserva num balcão e deram-nos os bilhetes. Estava na altura de apanhar o metro para irmos até à outra estação de comboios.
Andar num comboio de alta velocidade na China foi diferente de tudo o que já tinha experienciado até então. A começar pela ida até ao cais de partida. Ao entrar na estação, os bilhetes foram verificados e passámos por uma segurança quase tão apertada como as dos aeroportos.
Seguimos para uma sala de espera que dava acesso a duas plataformas, onde só se entra com o bilhete dos comboios que vão partir daí. Nessa sala de espera, existe um grande painel com a lista dos vários comboios. Apenas quando o nosso disse checkin é que pudemos passar pelas cancelas e descer para a plataforma. Aí, o comboio-bala esperava por nós.
Mal o comboio arrancou, pus-me de olho no painel que indicava a velocidade. Que valores iríamos atingir? Eu sabia que aquele comboio não era dos mais rápidos, mas era mais veloz do que todos os outros onde andei. Lá fora, a paisagem passou de nítida a praticamente um burrão.
Eu alternava entre a janela e o indicador de velocidade: 70km/h, 80km/h, 100km/h. Ao chegar aos 300km/h, mal conseguia ver o que se passava lá fora. No tempo que demorava a fechar e abrir os olhos, as paisagens anteriores iam desaparecendo.
Cerca de 4 horas depois, estávamos a chegar a Xi’an. Sim, 4 horas para percorrer mais de 1000 quilómetros. De comboio. Impressionante, absolutamente impressionante. No entanto, mais impressionada iria eu ficar assim que visse os meus tão desejados Guerreiros de Terracota. Tal visita estava para muito em breve.
Uau, isso é que é um comboio rápido! 4 horas para mil quilómetros. É incrível como as coisas são diferentes de zona para zona.
Beijinhos,
Cherry
Blog: Life of Cherry
É mesmo rápido! É impressionante a velocidade a que passamos pelas coisas, nem dá mesmo para ver muito bem. E este nem é dos mais rápidos que existem na China… 😮
Que experiência espectacular! 4 horas para mais de mil quilómetros é qualquer coisa, tendo em conta que um Lisboa-Porto demora mais de 3 horas e são só 300km e pouco, haha! Eles têm infra-estruturas de muita qualidade, por cá ainda estamos a léguas disso, não há investimento nenhum…
Guerreiros de Terracota?!?!! Não fazia ideia que os tinhas visto! ohmeusdeuses, agora fiquei desejosa de ver o post! Espero que esteja para breve 😉
Ainda para mais com as dimensões de um país como a China, se não tivessem opções rápidas nunca chegariam a lado nenhum dentro do país 😀 Os comboios-balas são mesmo muito velozes, é incrível! Sim, fui ver os Guerreiros de Terracota!!! Vou falar sobre isso não no próximo mas no artigo depois desse, fica atenta 😉
[…] a Xi'an pelo comboio-bala que apanhámos em Pequim. Já era quase de noite, e fomos directos para o Xi'an Travelling with Hotel (que na altura […]
Olá Catarina.
Estou a pensar visitar a China este outubro sozinha, e relativamente a este artigo sobre os comboios pergunto se achaste fácil ou não encontrar as plataformas, os números dos comboios, etc.
Obrigada pelos artigos! Muito úteis.
Olá Susana! Olha, achei que as estações têm muita sinalização, mas muito pouca informação é em inglês. No entanto, percebendo o bilhete, consegue perceber para onde tens de ir.
A minha experiência é em relação aos comboio-bala, mas pareceu-me que para os outros era similar. A maior parte dos bilhetes dos comboios de alta velocidade dizem, em baixo, qual é a sala de espera para onde te deves dirigir. Há cancelas que abrem depois de lerem o bilhete, por isso se te enganares na cancela, a boa notícia é que não consegues passar 🙂
Estando na sala de espera, consegues ver facilmente qual é a tua “porta de embarque”. Funciona de forma muito parecida a um aeroporto, na verdade. O “embarque” para o comboio (o número do comboio também está no bilhete e aparece nos ecrãs) só começa a determinada hora, tens cancelas novamente, e é verificado o bilhete, por isso não há o risco de te enganares na plataforma.
Espero que tenha ajudado. Se tiveres mais alguma dúvida, é só perguntar! Boas aventuras pela China 😀
Por favor, como fizeram com as malas? Ou seja, em que compartimento do trem as malas foram acomodadas? Antecipadamente grato. Antonio
Olá Antonio! Naqueles onde eu andei, cada vagão tinha uma zona para colocar as malas, logo no início ou no fim do vagão. Fica logo junto às portas de entrada. Para além disso, também havia um espaço debaixo dos bancos e um compartimento superior (como se vê na última fotografia).
Eu viajo apenas com uma mochila de 35 litros, independentemente da duração da viagem, por isso normalmente consigo que a mala vá comigo, debaixo do assento.