Quando contei à minha mãe que ia passar um fim-de-semana ao pé da Serra da Estrela, uma das primeiras coisas que ela me disse foi para ir ao Covão d’Ametade. E assim, sem mais nem menos, este local foi parar ao meu (pequeno) roteiro pela Serra.
Depois de fazer a maravilhosa caminhada até ao Covão dos Conchos, achava que dificilmente algo mais me iria surpreender. Afinal, enganei-me. A Serra está repleta de pequenas surpresas, e o Covão d’Ametade é uma delas. Com um ambiente muito especial, transporta-nos para um mundo mágico.
No meio das árvores, podemos acampar livremente, comer as nossas merendas, ou até escrever poesia. Este é um local que nos deixa inspirados, como se todas as musas do mundo se encontrassem por ali. O som da água límpida a correr é delicioso.
Mas o que é o Covão d’Ametade? A 1420 metros de altitude, no sopé do maciço do Cântaro Magro, esta é uma antiga lagoa de origem glaciar. O rio Zêzere nasce um pouco mais acima, mas é aqui que ganha corpo.
A paisagem é composta por mais duas formações rochosas: o Cântaro Raso, a sul; e o Cântaro Gordo, a norte. Em conjunto com o Cântaro Magro, estes afloramentos graníticos são visíveis de muitos pontos da Serra.
O que mais me encantou no Covão d’Ametade foi a tranquilidade que o local transmite. Eu sempre tive um encanto por cidades, mas a Natureza é muito mais especial. São tantas as cores e sons que podemos saborear…
O percurso do Covão d’Ametade até Manteigas (10,2 quilómetros) é a desculpa perfeita para voltar. Ou, quem sabe, regressar para percorrer a GRZ – Grande Rota do Zêzere, que aqui começa. Um percurso com cerca de 370 quilómetros, acompanhando o Rio Zêzere desde a nascente até à foz, em Constância, onde encontra com o Rio Tejo. Vamos?
Guia prático
Como chegar
Cheguei ao Covão d’Ametade vinda da Torre. A forma mais fácil de se chegar é de carro, embora existam vários percursos pedestres. Deixo aqui as coordenadas GPS do local: 40°19’41.3″N 7°35’13.2″W. Se preferires, podes também ver no mapa já aqui em baixo.
Mapa
Alojamento
Como um dia não são dias, fiquei no Stroganov Hotel & Spa, um hotel de 5 estrelas ao pé de Oliveira do Hospital. No entanto, tipicamente não é este o tipo de alojamento onde fico. Perto da Serra da Estrela, há opções muito mais em conta. É só questão de procurar, de certeza que vais encontrar algo que te agrade (a ti e à tua carteira).
Pesquisar alojamento na Serra da Estrela
Esse sítio é muito bonito, estive aí há uns anos e gostei muito mas infelizmente quando fui estava tudo seco, com água é muito mais bonito!
É mesmo, e com água ganha outra vida! Os reflexos são incríveis. Espero que tenhas oportunidade de voltar com água 😉
Catarina, adorei seu blog. Estou indo agora em Outubro/2018, vc acha que vou ver esta paisagem da foto? Se colocar no GPS o local Covão d”Amedade o GPS localiza? Tem indicações na estrada? Vou estar em Manteigas e quero fazer Covão D’Ametade, Vale Glaciar Zererê e Torre da Serra da Estrela num mesmo dia, vc acha que dá?
Oi Mirian! Obrigada! Em Outubro as montanhas não devem estar com neve, e as árvores são capazes de estar com folhas ainda, mas vai depender um pouco de como se mantiver a temperatura. O Google Maps localiza bem se se pesquisar por Covão d’Ametade, mas qualquer outro GPS deve funcionar perfeitamente com as coordenadas 40°19’41.3″N 7°35’13.2″W. A estrada não tem tantas indicações quanto isso, no entanto. De carro, começando cedo, dá para fazer tudo isso, sim 🙂
Obrigada pela atenção. No caso, saindo de Manteigas, na ordem para visitar é o Covão, depois Vale Glaciar e depois Torre. No Vale Glaciar, é somente um declive, acho que a parada é só para foto, e depois a Torre. Em todos lugares há estacionamento? Tem placa para estacionamento? Ou para-se na estrada?
Saindo de Manteigas, parece-me que fica mais em caminho fazer primeiro o Vale Glaciar, depois o Covão e depois a Torre 🙂 Na Torre há bastante estacionamento, mas é a zona mais popular por isso também terá mais gente. No Covão d’Ametade há dois espaços (não muito grandes) para estacionar o carro, um antes e outro depois da curva da estrada. No Vale Glaciar do Zêzere não me recordo, não fui lá desta vez e a última vez que lá estive foi há muitos anos…