Eu confesso: quando um sítio é muito enaltecido, tendo a desconfiar. A Lagoa Azul (Bláa Lónið), na Islândia, não foi excepção. Esta lagoa geotermal, onde a temperatura da água anda entre os 37ºC e os 39ºC, é um locais dos mais visitados, tanto por estrangeiros como por islandeses.
A nossa viagem de duas semanas pela Islândia iria terminar com um dia completo por aqui. No dia seguinte, iríamos partir de regresso a Portugal. Assim, marcámos a nossa entrada na Lagoa Azul para o primeiro horário da manhã e ficámos por lá todo o dia.
Mas antes de entrar na lagoa e descobrir se superou as minhas (baixas) expectativas, vamos primeiro perceber como é que ela apareceu.
Como surgiu a Lagoa Azul
No início dos anos 1980, começaram-se a formar lagoas de água quente e de um azul leitoso perto da fábrica de produção de energia geotermal de Svartsengí.
Os engenheiros da fábrica pensaram que a água ia voltar aos aquíferos vulcânicos da Terra. Mas, devido à presença abundante de sílica na sua composição, a água não foi drenada e por ali ficou.
Depois de uma resistência inicial, os habitantes começaram a tomar banho nestas águas. A sílica tem propriedades interessantes, que ajudam a tornar a pele mais hidratada a suave, e era isso que o habitantes também procuravam.
No entanto, a Lagoa Azul como a conhecemos hoje, não é totalmente natural. Em 1987, Grímur Sæmundsen, um médico de Reykjavík, viu que havia um número crescente de pessoas que queriam experimentar estas águas e traçou um plano.
A lagoa foi alvo de um intenso estudo científico e, em 1992, surgiu a Blue Lagoon Limited, uma empresa iniciada por Sæmundsen e dedicada à pesquisa dos elementos primários da água: sílica, algas e minerais.
Hoje, a Lagoa Azul é um grande complexo com dois hotéis, três restaurantes, um café, e um spa com uma série de tratamentos e terapias disponíveis.
Os balneários e a entrada na Lagoa Azul
Agora que percebemos como é que a Lagoa Azul surgiu, vamos então ver como é experienciar este local. Munidos com a pulseira electrónica que nos deram na recepção, entrámos e recebemos uma toalha.
Os balneários, divididos em masculino e feminino, são excelentes e têm tudo o que precisamos: cacifos (que abrem com a pulseira), champô, gel de banho, e condicionador. A água da Lagoa Azul deixa o cabelo muito seco, por isso o condicionador é mesmo necessário.
Relógios e jóias devem ser guardados no cacifos, para evitar que os metais fiquem corroídos. O mesmo é válidos para telemóveis e outros objectos. Eu usei o telemóvel apenas para tirar algumas fotografias, mas rapidamente o guardei novamente no cacifo.
Antes de entrar na Lagoa Azul, é obrigatório tomar banho nos balneários. Está referido em vários sítios que devemos tomar banho nus e só depois vestir o fato de banho. No entanto, poucas pessoas seguiam essa regra, mesmo havendo espaços privados para o fazer.
Depois de sair dos balneários, podemos deixar os chinelos e as toalhas junto à rampa de acesso à Lagoa.
Dentro da Lagoa Azul
Ao entrar na lagoa pela rampa interior, somos imediatamente presenteados com a cor magnífica daquela água, e sentimos a sua temperatura contrastante com o clima exterior.
O fumo que vemos a sair da água cria uma atmosfera mágica e misteriosa. O ambiente é de geral relaxamento. Para quem procura um dia de descanso, este é o local ideal.
Existem três pacotes de preços disponíveis para visitar a Lagoa Azul. No pacote Comfort (o mais barato), temos direito a uma máscara de sílica as vezes que quisermos, uma toalha, e uma bebida à escolha.
A bebida pode ser pedida no bar, e o registo é feito com a pulseira. O bar situa-se dentro da lagoa, pelo que nem precisamos de sair da água para pedir a nossa bebida! De máscara na cara e bebida na mão, tudo o que temos de fazer é existir.
Depois de percorrer todos os cantos e recantos da lagoa, não há muito mais a fazer. Se gostas dessa sensação de tranquilidade, então visitar a Lagoa Azul será uma experiência a considerar, sem dúvida. Para mim, uma manhã é mais do que suficiente.
Guia prático
Como chegar
De carro e a partir de Reykjavík, é muito fácil chegar à Lagoa Azul, uma vez que se situa a 50 minutos do centro. Existe parque de estacionamento gratuito.
A maneira mais prática de percorrer a Islândia é através de um carro (ou outro veículo) alugado. As estradas estão muito bem sinalizada e em boas condições. Tem apenas em atenção as condições climatéricas e de estrada, especialmente se viajares durante o inverno.
Para se chegar à Lagoa Azul desde Reykjavík ou de Keflavík (onde se situa o aeroporto), também existem autocarros da Destination Blue Lagoon. No entanto, o carro é a opção que te dará mais flexibilidade e é a que recomendo.
Dicas
- Reserva a entrada com, pelo menos, 3 dias de antecedência. O preço do bilhetes aumenta com a procura, por isso o melhor será mesmo comprares assim que decidires ir à Islândia e que vais incluir a Lagoa Azul no roteiro.
- Não leves telemóvel (sem capa de protecção) nem jóias pois podem ficar danificadas pela sílica.
- Não leves óculos nem lentes de contactos para a zona da piscina.
- Usa e abusa do condicionador. Coloca bastante antes de entrares na piscina, e não enxagues.
Informação útil
Site: Blue LagoonHorário: Todos os dias das 8h00 às 22h00 (horários detalhados)
Preço: a partir de 8 990 ISK (preços detalhados)
Morada: Bláa Lónið, Norðurljósavegur 9, 240 Grindavík, Islândia
Para uma conversão actualizada de coroas islandesas para euros, vê o site xe.com.
Nota: Horários e preços à data de publicação deste artigo.
Alojamento
Como éramos um grupo de 6, decidimos ficar alojados em apartamentos em praticamente todos os locais da Islândia por onde passámos. Na noite antes de visitar a Lagoa Azul, ficámos alojados numa casa perto do aeroporto de Keflavík. No dia seguinte íamos regressar a Portugal, pelo que ficámos neste alojamento novamente.
Se viajares com menos pessoas, de certeza que também vais encontrar boas opções de hotéis ou pousadas junto à Lagoa Azul ou em Reykjavík. É só questão de procurar.
Alojamento perto da Lagoa Azul
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