No início de 2015 estive em Goa, um estado situado naquele que foi um dos países onde me senti mais em casa: a Índia. Acredito que este país seja um pouco como algumas pessoas dizem: ou se ama ou se odeia. Eu amei. Desses amores que duram para sempre. Bem sei que Goa é diferente dos outros estados indianos, mas o resto da Índia também deve ser incrível.
Apesar de em Portugal eu não ser muito dada a feiras e mercados, a verdade é que tinha uma grande curiosidade em relação aos mercados indianos, daqueles cheios de especiarias coloridas, e onde me podia perder numa exorbitância de tons e sabores diferentes. Sexta-feira é dia de mercado em Mapuçá (também escrito como Mapusa, Mhapsa, Mapsa, ou ainda Mhapxem), altura em que esta pequena cidade ganha vida, pelo que resolvemos passar uma manhã por lá.
Estávamos alojados em Calangute, e para chegar a Mapuçá havia duas opções: ou apanhávamos um táxi, como a maioria dos turistas, ou íamos de autocarro, com os locais. Optámos pela segunda alternativa, porque era mais autêntica e bem mais barata: apenas 15 rupias, o que equivale a cerca de 0,20€! Em Calangute, os autocarros encontram-se todos na mesma praça, e é só verificar o destino numa pequena placa ao pé do motorista.
Os autocarros são antigos, mas muito coloridos. Atrás, muitos deles têm escrito “please blow horn”, pintado com uma caligrafia trabalhada. Em Goa, as pessoas não buzinam por estarem chateadas, mas sim para informar, amavelmente, que nos vão ultrapassar. Dentro do autocarro existem lugares só para mulheres. Cerca de 45 minutos depois estávamos a chegar a Mapuçá, onde o autocarro parou mesmo ao lado do mercado, já cheio de movimento.
Diversos produtores e vendedores de aldeias e cidades vizinhas rumam a Mapuçá para marcar presença no mercado. Com frutas, legumes e plantas, montam as suas bancas e aguardam a chegada dos clientes habituais e de novos compradores. Aqui, ao contrário de outros mercados orientados para o turismo, tudo tem um sabor muito local.
Aos produtos agrícolas juntam-se o vestuário, os lenços em seda e, claro, as especiarias, naquele que é um verdadeiro festim para os olhos. Há imensas especiarias, em sacos grandes e pequenos, com cores vivas e vibrantes! Algumas eu conhecia, como a canela, a estrela de anis, o caril… De outras nunca tinha ouvido falar.
Havia também muito peixe e camarão secos em sacos ou cestas. A peixaria propriamente dita estava localizada num edifício com duas entradas abertas, sem porta, onde o peixe se encontra em cima de placas de madeira. Não existia gelo para o conservar, apesar do calor que se fazia sentir lá fora, apenas alguns baldes com água com a qual os peixes eram salpicados de vez em quando.
Aqui, o meu tom de pele – que de tão claro quase que reflecte a luz solar – é uma atracção. Muita gente me queria tocar e tirar uma fotografia comigo. As pessoas são simpáticas, mas por vezes é com uma segunda intenção: se um estranho te abordar tendo como pretexto mostrar-te o mercado, é provável terminar a visita na sua banca, onde irá fazer pressão para lhe comprares alguma coisa. Os preços, esses, devem ser sempre negociados.
Regressei a Calangute um pouco mais pesada, carregada com especiarias e chás desta parte do mundo. A Índia tem um sabor diferente, e só penso na próxima vez que irei retornar a este país, para o percorrer de uma ponta a outra de comboio. É o sonho.
Gostava imenso de ir à Índia! Não nego a possibilidade de me vir a desiludir, mas sempre foi um país que me suscita curiosidade e vontade de conhecer. Adorei este teu relato e as fotografias 🙂 tão bonitas e coloridas!
Não é um país para toda a gente, isso é certo. Eu adorei, e espero que não te desiludas quando lá fores 😉 Tem lugares impressionantes, e uma cultura riquíssima. Obrigada! 🙂
[…] risco enorme comer uma carne que esteja abandonada às moscas na berma da estrada debaixo do sol ou um marisco num barracão sem electricidade. Parece-me sempre mais encorajador optar por vegetais cozinhados e frutas que podem ser […]
Goa podia ter sido um país. Mesmo assim, India é India e Goa é Goa, um outro horizonte!
Pois é Francisco, Goa é bem diferente do resto da Índia, mas não deixa de fazer parte dela 🙂
Espero que ja tenhas voltado a India pois so Goa é muito pouco eu fui 10 dias e souberam a pouco um lugar a nao perder é Varanasi,outro kajorau etc,fiquei na cadeia de hotéis Lalit 5 estrelas.
Infelizmente, ainda não consegui regressar à Índia, mas espero voltar em breve. Sem dúvida que Goa é muito pouco… Quero muito ir a Varanasi! Espero que a viagem tenha corrido bem 🙂
A viagem,correu. Muito. Bem,compramos a viagem na viagem Tempo,aconcelho,têm. Bons parceiros na India