Para visitar o interior da Mongólia, decidimos recorrer a uma agência (explico o porquê no primeiro artigo sobre esta viagem). Como quase todas as opções de alojamento em Ulaanbaatar, o Danista Nomads Tour Hostel (onde ficámos alojados) tem uma vasta gama de visitas organizadas pela Mongólia. Tendo em conta o tempo que tínhamos disponível, escolhemos o circuito 4 days full of adventure. Dividi o relato destes dias maravilhosos em vários artigos:
- Pelo interior da Mongólia: dia 1 no país dos nómadas
- Pelo interior da Mongólia: dia 2 no país dos nómadas
- Pelo interior da Mongólia: dia 3 no país dos nómadas
- Pelo interior da Mongólia: dia 4 no país dos nómadas (este artigo)
- Sobre as agências e visitas organizadas na Mongólia
Tudo a postos para irmos descobrir a Mongólia?
Lago Ögii e um nascer-do-sol inesquecível
Devido ao atraso do dia anterior, não conseguimos chegar ao lago Ögii (Өгий нуур) de dia. Este lago, localizado no centro da Mongólia, é um dos maiores lagos do país, com uma área de quase 26 km². Como tínhamos chegado já sem luz, não tínhamos ideia da dimensão nem da beleza do local onde nos encontrávamos.
Quando acordámos, o sol ainda estava a nascer. Logo com os primeiros raios solares, apercebi-me que aquele era um lugar especial. Do lado onde nos encontrávamos, tudo era plano. Na margem oposta, existiam pequenos montes. O lago, esse, tinha uma água límpida, que dançava ao sabor do vento.
Era o cenário perfeito para apenas estar. Sem correrias, em silêncio, a absorver toda aquela paisagem. Infelizmente, logo depois do pequeno-almoço tivemos de partir. Ainda havia muitos quilómetros para percorrer.
Parque Nacional Hustai
A viagem de regresso a Ulaanbaatar era longa, não dava para grandes paragens no caminho. Assim, o destino do dia foi só um: o Parque Nacional Hustai. A principal missão deste parque, que também é conhecido como Khustain Nuruu, é a preservação do cavalo selvagem Takhi (тахь).
O cavalo Takhi é nativo dos desertos da Mongólia, e foi descrito pela primeira vez em 1881 pelo general russo Nikolai Przewalski (Никола́й Пржева́льский). Em sua honra, o cavalo foi nomeado cavalo-de-Przewalski, sendo Takhi o seu nome mongol. Grande parte da cavalaria desapareceu nos anos 1960. O último cavalo a ser observado na natureza foi no deserto de Gobi, em 1969. Depois, a espécie foi considerada extinta.
Acontece que alguns destes cavalos ainda se encontravam em jardins zoológicos! Numa cooperação internacional, alguns foram recolhidos para voltarem à terra dos seus antepassados. Em 1992, 16 cavalos de diferentes jardins zoológicos europeus chegaram à Mongólia. Hoje, são mais de 220, dos quais quase 200 já nasceram no parque.
Mas nem só de cavalos selvagens se faz este parque. Nos seus 50 600 hectares, podemos encontrar numerosas espécies de plantas. Há ainda mamíferos e diversas espécies de aves e peixes. E claro, anfíbios e insectos não podiam faltam. A biodiversidade que aqui existe é magnífica. Infelizmente, eu não vi nada disto.
Depois de vermos um vídeo sobre o parque, era altura de tentar vislumbrar os cavalos. Voltámos para a nossa carrinha e o condutor levou-nos por montes e vales. Não tínhamos muito tempo, porque alguns de nós tinham um avião para apanhar. Sem tempo, não conseguimos encontrar os cavalos…
Christine resolveu não regressar a Ulaanbaatar, e ficou alojada no parque. Por lá, existem gers onde qualquer pessoa pode ficar. Espero que tenha tido mais sorte, conseguindo ver os cavalos. De certeza que são lindíssimos.
O regresso agridoce a Ulaanbaatar
Ao voltarmos a Ulaanbaatar, e antes de nos deixarem no nosso hostel, passámos pelo aeroporto. A Florence e o Miro iam apanhar um avião para Pequim. Despedimo-nos, com a promessa de que manteríamos contacto.
O regresso foi um pouco agridoce, e trouxe-me uma série de sentimentos contraditórios. Por um lado, queria continuar a percorrer a Mongólia, ainda tinha imenso para conhecer neste país incrível! Por outro, dali a dois dias também nós íamos até à capital da China, onde tantos lugares diferentes aguardavam a nossa chegada.
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Não me importava nada! 😉
De viajar pela Mongólia? É um país maravilhoso, se tiveres oportunidade, vai 😉
Quem sabe um dia! 🙂
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Que sítio maravilhoso! Tenho muita curiosidade por conhecer Mongólia, não só pela sua história como também pelas suas características (o facto de ter uma densidade populacional tão baixa e de ainda manter tribos nómadas). Quando fizer o transiberiano quero reservar uma boa quantidade de dias para conhecer o país!
Sobre a questão das tours, é normal. Quando estive na Bolívia passou-me pela cabeça fazer o Uyuni alugando um carro mas percebi que em certas zonas nem estradas de terra batida existiam, pelo que esqueci rapidamente a ideia. Lá tive de me render às tours e a experiência nem foi má. Não foi excelente (continuo a não gostar de tours), mas também não correu mal 🙂
A Mongólia é um país muito interessante, acho que vais adorar! E há com cada paisagem linda, linda! Isso da densidade populacional ser baixa é muito engraçado, sabes. Porque andas quilómetros e quilómetros sem ver absolutamente nada a não ser natureza.
Pois, temos a mesma forma de viajar, mas há situações em que o melhor mesmo é arranjar um grupo e ir numa visita organizada. Na Mongólia, considero que não tens mesmo alternativa…
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Não sei bem como vim parar aqui a este teu post, mas estive a ler e deu-me saudades da Mongólia. Liderei viagens às estepes mongóis nos primórdios da agência Nomad, e o país ficou com um lugar muito especial no meu coração. Obrigado por me fazeres recordar. Beijinhos.
Fico muito contente de te ver por aqui, vindo de onde quer que seja 🙂 Tendo liderado viagens por lá, acredito que conheças a Mongólia bem melhor do que eu, e que a saudade seja ainda maior do que a minha (que já muito grande). É mesmo um país especial, não é? Dos que mais gostei de conhecer… Obrigada eu pela visita! Beijinhos