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A todo o vapor, no Museu Nacional Ferroviário

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Este artigo enquadra-se na iniciativa #euficoemportugal da ABVP – Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, e contou com o apoio do Turismo Centro de Portugal.

O comboio sempre foi o meu meio de transporte preferido. Costumo dizer que tem o melhor dos vários transportes: podemos ficar maravilhados com a paisagem, sem encontrar trânsito pelo caminho. Além disso, os comboios que temos actualmente na Europa, são ambientalmente mais eficientes do que carros, autocarros ou aviões. É o meio de transporte perfeito.

Para uma eterna apaixonada por comboios como eu, o Museu Nacional Ferroviário é um daqueles espaços que não podia deixar de visitar. Aqui, podemos ver de perto locomotivas extraordinárias, numa das melhores colecções de património ferroviário da Europa.

No entanto, o Museu é muito mais do que o seu acervo. Este é o local ideal para compreendermos a importância dos comboios. Sempre acompanhando a história do caminho de ferro em Portugal, vamos tendo uma perspectiva única do impacto deste meio de transporte no resto do Mundo.

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A história do caminho de ferro, no Armazém de Víveres

A nossa visita começa no Armazém de Víveres. Aqui, ficamos a conhecer a história da máquina a vapor, que veio transformar para sempre o mundo dos transportes.

Um pequeno vídeo mostra-nos a evolução dos comboios. A locomotiva a vapor, a circular em carris de ferro fundido (e não de madeira), apareceu em 1804 e reinou durante mais de um século, até cerca de 1933. Foi sendo substituída pela locomotiva a diesel, até que a eléctrica surgiu em 1962. São estas últimas que existem actualmente em Portugal.

Já no século XXI, o comboio de levitação magnética, também conhecido como maglev, leva-nos para uma nova era neste meio de transporte. Dos 45 quilómetros por hora do início de 1800, estes novos comboios conseguem chegar aos impressionante 603 quilómetros por hora! Atingi metade dessa velocidade quando viajei no comboio-bala entre Pequim e Xi’an, e foi absolutamente espantoso.

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Mas que impacto teve o comboio em Portugal? A engenharia, a técnica, a ciência e a arte interligaram-se com a sociedade e moldaram uma forma diferente de ver as distâncias… Adicionalmente, assistimos ao emergir de uma nova classe profissional: os ferroviários.

Comunidades, outrora separadas, ficaram próximas. Povoações foram sendo criadas, territórios desbravados, e um país foi ficando unido. Tudo graças à primordial linha de caminho de ferro nacional, inaugurada em 1856, e que ligava Lisboa ao Carregado.

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A magnífica rotunda de locomotivas

Este é um dos meus espaços preferidos em todo o Museu. Existem mais de 10 locomotivas a vapor, dispostas em fila. Estão todas viradas para o centro, onde uma placa giratória pode ser usada para inverter o sentido da marcha.

As locomotivas estão em excelente estado de conservação, em particular se considerarmos a sua idade. Facilmente somos transportados para o imaginário de Agatha Christie e para o Expresso do Oriente.

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Uma colecção impressionante, nas Oficinas do Vapor

As Oficinas do Vapor têm uma colecção verdadeiramente impressionante de locomotivas, carruagens e máquinas-ferramentas, tanto antigas como modernas. Uma parte significativa da história da ferrovia nacional encontra-se dentro destas paredes. Duas das mais importantes peças da colecção são o comboio real e o presidencial.

O Comboio Real foi o primeiro comboio a ser guardado com o propósito de ficar em exposição num Museu. É composto pela locomotiva, pelo Salão D. Maria Pia e pelo Salão do Príncipe. Durante algum tempo, foi utilizado para deslocações da família real portuguesa por terras lusas. Está totalmente restaurado e é o reflexo perfeito da sua época.

Já o Comboio Presidencial foi utilizado para deslocações do Presidente da República entre 1930 e 1970. Foi deixado ao abandono durante vários anos, até ter sido recentemente recuperado. Tem quatro carruagens de passageiros e uma carruagem-restaurante.

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Andei durante mais de uma hora a percorrer todos os comboios que se encontram neste espaço. Seria uma delícia vê-los em funcionamento!

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Guia prático

Como chegar

De comboio

O Museu fica mesmo junto da estação do Entroncamento. Na verdade, para se ir do Armazém de Víveres até às Oficinas do Vapor, é necessário atravessar a linha de caminho de ferro (com o acompanhamento de um funcionário do Museu). Ao sair da estação do Entroncamento, é só atravessar a linha até à entrada principal do Museu.

De carro

Se vieres pela auto-estrada A1, tens de sair para a A23, no sentido de Torres Novas/Castelo Branco, seguindo a indicação de Entroncamento. Na saída “Entroncamento Norte”, há placas para o centro da cidade e para o Museu Nacional Ferroviário.

Informação útil

★ Site: Fundação Museu Nacional Ferroviário
★ Horário: Quarta-feira a domingo das 10h00 às 16h00 || horários detalhados
★ Preço: 5€ adultos; 2,5€ crianças entre os 6 e os 18 anos; 3,5€ adultos com mais de 65 anos; gratuito crianças até aos 5 anos || preços detalhados
★ Morada: Rua Eng.º Ferreira de Mesquita Nº1 A; Estrada Nacional nº3 2330-152 Entroncamento

Nota: Horários e preços à data de publicação deste artigo.

Alojamento

No dia em que visitei o Museu Nacional Ferroviário, fiquei alojada em Constância. É uma viagem que se faz muito bem de carro, demorando cerca de 15 minutos.

O espaço onde fiquei, o Constância AL, é um alojamento local extremamente agradável. Os anfitriões são muito simpáticos, e deixam sempre sumo de laranja, leite, pão e bolinhos para o pequeno-almoço, assim como uma pequena lembrança da região. A casa está totalmente equipada e é perfeita para um casal, ou para uma pessoa sozinha.

No Entroncamento não existem muitas opções, mas tanto em Torres Novas como na região circundante há várias possibilidades de alojamento. De certeza que vais encontrar algo que te agrade.

Alojamento no Entroncamento

Turismo Centro de Portugal

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