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Roteiro de 3 dias em Pequim, na China

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Sugerir roteiros de viagem é sempre difícil, porque cada pessoa tem ritmos, interesses e orçamentos diferentes. Como é natural, não vi tudo o que Pequim tinha para oferecer.

Assim, encara este roteiro da cidade – que representa o percurso que eu fiz – como um ponto de partida para organizares o teu próprio itinerário, de acordo com os teus gostos, orçamento, e tempo disponível.

Cheguei a Pequim já de noite, vinda de Xi’an no comboio de alta velocidade, e fui directa para o Peking Station Hostel. Estes 3 dias que aqui apresento foram os dias completos que estive na cidade.

Vale dizer que estive mais tempo em Pequim, mas a trabalhar. Fui ainda ao Palácio de Verão (颐和园, Yíhé Yuán), que não ponho no roteiro, porque estive lá muito pouco tempo, num outro dia.

Resumo do roteiro

  • Dia 1: Cidade Proibida e Parque Jǐngshān
  • Dia 2: Templo do Céu e Aldeia Olímpica
  • Dia 3: Grande Muralha da China: de Jiànkòu a Mùtiányù

Roteiro completo

Dia 1 em Pequim

Depois de uma noite bem dormida, é hora de começar a explorar a cidade! Saímos cedo, apanhámos o metro (onde temos de passar por detectores de metais) e dirigimo-nos à entrada da Cidade Proibida (紫禁城, Zǐ Jìn Chéng). Não tínhamos outros planos: reservámos o dia para ficar lá dentro, calmamente, a ver tudo ao nosso ritmo.

Ao sair do metro, estávamos do lado oposto da estrada e, a princípio, não percebemos como se passava para o lado de lá. Havia barreiras que não deixavam passar: a estrada era mesmo só para carros e ninguém a podia cruzar a pé.

Os passeios estavam cheios, e havia “filas” por todo o lado. Digo “filas” porque, na realidade, são amontoados de pessoas, numa espécie de caos organizado. Conseguimos ver, por entre a multidão, que havia uma passagem.

Aos encontrões, lá fomos nós. Pequim tem muita gente, mas durante o verão o seu número aumenta. Há muitos turistas nacionais, pessoas que vêm de outras zonas da China para conhecer a capital do seu país. Pessoas que empurram e passam à frente nas filas. Pessoas que vão contra nós e seguem caminho, como se nada fosse. Pessoas que nos puxam para tirar fotografias connosco. É preciso ter alguma paciência e perceber que é cultural.

A Cidade Proibida estava cheia, mesmo durante as primeiras horas da manhã. Ainda assim, como o espaço é grande, conseguimos encontrar zonas sem ninguém. Estivemos por lá o dia todo, e nenhum minuto foi a mais. Se desse, iria uma segunda vez. Não é possível ver tudo num único dia. A nossa estratégia foi visitar o corredor central, onde se encontram os principais edifícios, e o corredor lateral direito. Muito ficou por ver.

Adorei a arquitectura deste espaço. Os pormenores dos telhados contam-nos histórias, reais ou imaginárias. No entanto, é preciso algum esforço para as escutar. Hoje, não é fácil acreditar que, durante quase 500 anos, apenas um grupo restrito tinha acesso ao interior desta cidade dentro de outra cidade.

 Descobre mais sobre a Cidade Proibida, incluindo preços e como chegar

Mesmo em frente à saída da Cidade Proibida, encontra-se o Parque Jǐngshān (景山). Como ainda estava aberto, resolvemos entrar. Percorremos os jardins verdejantes, observando as árvores e as plantas que por ali se encontravam.

O nome deste parque, em português, é algo como Paisagem da Colina. Apesar de não parecer, a colina é, na verdade, artificial. Foi construída durante a Dinastia Ming (明朝, Míng Cháo), para proteger a residência do imperador dos ventos frios do norte.

Há um caminho que nos leva até ao topo dessa colina, a pouco mais de 45 metros de altitude. A paisagem é de deixar qualquer um sem palavras. Pequim está aos nossos pés. Vista do alto, a Cidade Proibida estende-se quase até ao infinito. Ali, percebi a verdadeira dimensão do espaço que tinha acabado de visitar.

Dia 2 em Pequim

O Parque do Templo do Céu (天坛, Tiāntán) era outro dos locais que queríamos visitar com tempo. Sem pressas, é possível compreender melhor o que estamos a ver.

Percebi que, para além de ser o maior conjunto de templos taoístas do país, este é um lugar de encontros. Pessoas de diferentes faixas etárias e classes sociais encontram-se num mesmo espaço para realizar as mais diversas actividades.

Este parque representa muito bem a própria cidade de Pequim. É Yin e é Yang, ao mesmo tempo. Brincadeiras de crianças, cheias de gritos e correrias, acontecem ao lado de práticas de Tai Chi Chuan. Ambientes totalmente diferentes contrastam mas complementam-se, num equilíbrio quase perfeito entre calma e agitação.

Depois, claro, existem os templos. Antigos locais de oração e oferendas aos céus, são hoje palco de selfies em massa. Ainda assim, conseguimos aproveitar muito bem este lugar de eleição para um passeio domingueiro.

 Descobre mais sobre o Templo do Céu, incluindo preços e como chegar

Apesar de termos ficado muitas horas pelo Templo do Céu, ainda não era altura de dar o dia por terminado. Não sendo dos locais mais visitados em Pequim, eu queria conhecer o sítio onde se realizaram os Jogos Olímpicos de 2008.

A estrutura dos edifícios, que vira em imagens, tinha ficado muito marcada na minha memória. O Ninho e o Cubo eram tão diferentes de tudo o que tinha sido feito até então! Assim, quase 10 anos depois, fui ver se eram tão incríveis como me pareciam na televisão. Por vezes, a arquitectura tem destas coisas: faz-nos querer ir a locais que nunca iríamos de outra forma.

A Aldeia Olímpica fica um pouco afastada do centro da cidade, mas tem uma estação de metro bem perto. Assim, foi fácil lá chegar. Só consegui ver os edifícios por fora, mas o aspecto exterior não desiludiu. Hoje, algumas estruturas estão em muito mau estado, mas esses dois edifícios continuavam magníficos, pelo menos por fora.

Dia 3 em Pequim

O terceiro dia foi inteiramente dedicado à magnífica Grande Muralha da China. Não era uma visita qualquer, íamos percorrer uma das secções não restauradas da Muralha! Esta aventura iria durar o dia inteiro, mesmo saindo cedo da capital Chinesa. O melhor? Tivemos a Muralha praticamente para nós durante todo o percurso.

Esta foi uma das melhores experiências que tive até hoje! O ponto mais alto de todos os pontos altos desta aventura incrível que é o transiberiano (ou transmongol). Será muito difícil bater a sensação que se tem quando se explora a Grande Muralha da China desta forma.

Não que as outras secções não sejam bonitas, porque o são. Apenas sinto que aqui, em Jiànkòu, a Muralha é mais verdadeira. Sofreu um pouco com as intempéries, mas mantém-se original. Sim, há muros a cair, há plantas e ervas que conquistam a pedra, mas não é uma reconstrução recente. À medida que nos aproximamos de Mùtiányù, a diferença é gritante.

Durante várias horas, subimos, descemos, pisámos onde tantos outros pisaram antes de nós. No final, a sensação de dever cumprido. Mas é bom ter em mente que percorrer Jiànkòu não é para todos, e não há mal nenhum nisso. Há mais secções para explorar! E de certeza que voltarei para o fazer.

 Descobre como fazer a caminhada de Jiànkòu até Mùtiányù

Eu ainda ficaria mais uma semana por Pequim, em trabalho. Não daria para visitar mais nada, por falta de tempo… A magnífica epopeia de percorrer, de comboio, a distância entre a Rússia e a China, passando pela Mongólia, tinha terminado. No entanto, mais aventuras viriam. Afinal, ainda há muito Mundo para descobrir.

Guia prático

Como chegar

Conheci Pequim porque inclui a cidade no meu roteiro pelo caminho-de-ferro transiberiano. Cheguei à capital chinesa vinda da Mongólia, mas fui logo de comboio-bala para Xi’an. Só depois é que regressei a Pequim. Comprei os bilhetes entre estas duas cidades chinesas pela China Highlights e fiquei muito satisfeita com o serviço. Não te esqueças: cidadãos portugueses necessitam de visto para visitar a China.

Mapa com todos os pontos visitados

Alojamento

Quando estive em Pequim, fiquei alojada no Peking Station Hostel. Gostei imenso do espaço, e voltaria a ficar aqui. O hostel fica perto da estação de metro Dōngdān (东单, linha 1, vermelha; e linha 5, roxa), o que é uma mais-valia. O metro é das formas mais fáceis de nos deslocarmos em Pequim. Mas numa cidade tão grande como é a capital chinesa, o que não faltam são opções de alojamento. É só questão de procurar, de certeza que vais encontrar algo que te agrade.

Alojamento em Pequim

Roteiro de 3 dias em Pequim, na China

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