Dos 7 dias que passei na Mongólia, 4 foram dedicados a percorrer o interior do país, e um a explorar locais perto da capital. Sobravam 2 dias para Ulaanbaatar (Улаанбаатар). Num deles, tive de trabalhar, o que me deixou apenas 1 dia para explorar a capital mongol. Escusado será dizer que aproveitei esse dia ao máximo.
Ulaanbaatar, a capital da Mongólia, é uma cidade cheia de contrastes. Por isso mesmo, é extremamente curiosa e com um encanto muito particular. Andei muito, a descobrir as suas ruas e a tentar compreender um pouco a sua alma. Mas também visitei alguns pontos de interesse, que te quero dar a conhecer. Vamos a isso?
1. Praça Sükhbaatar
A Praça Sükhbaatar (Сүхбаатарын талбай), anteriormente conhecida como Praça Chinggis, é a principal praça de Ulaanbaatar. No centro encontra-se uma estátua equestre de Damdinii Sükhbaatar (Дамдины Сүхбаатар), um dos líderes da revolução mongol de 1921 (que levariam à criação da República Popular da Mongólia em 1924).
À volta desta praça encontram-se os edifícios mais importantes da capital mongol, incluindo o Palácio do Governo. Também é aqui que está a bolsa de valores e os edifícios dos correios e das telecomunicações. Há ainda um teatro, alguns bancos e dois edifícios mais altos, em vidro.
Quando nos sentámos no meio da praça, a descobrir quais eram os edifícios à nossa volta, aconteceu algo de curioso. Duas crianças aproximaram-se e colocaram-se à nossa frente, de costas voltadas para nós. Um senhor, muito provavelmente o pai, ajeitou uma delas para que ficasse mesmo em frente a mim. Pegou na máquina fotográfica e tirou-nos uma fotografia. Assim mesmo, sem pedir, mas um pouco a medo. Ainda tivemos tempo de sorrir para a fotografia, e o senhor agradeceu muito. Mal sabia eu que a minha vida como estrela de cinema estava apenas a começar.
2. Museu Nacional de História da Mongólia
O Museu Nacional de História da Mongólia (Байгалийн түүхийн музей) encontra-se mesmo ao lado da Praça Sükhbaatar. Neste museu podemos ficar a conhecer um pouco mais sobre este impressionante país que é a Mongólia. Não podia recomendar mais.
Há exposições deste dos tempos pré-históricos até aos dias de hoje. Sem esquecer, claro, toda a história relativa ao Império Mongol. Se gostas de história, como eu, este é o museu para ti. É mesmo muito completo.
3. Almoço no Shilmel Buuz
Normalmente não falo de restaurantes, até porque muitas vezes acabo por comer sandes ou algo preparado de antemão. No entanto, gostei tanto do almoço deste dia que não posso deixar de o referir. Numa rua bem perto da Praça Sükhbaatar, há um espaço que passa facilmente despercebido aos olhares menos atentos: o Shilmel Buuz (шилмэл бүүз).
O espaço é muito familiar. Tão familiar que, ao transpor a porta, parece que estamos a entrar na sala de alguém. A ementa estava toda em mongol, e não havia nenhuma imagem que nos pudesse ajudar a escolher. Perguntámos ao dono se falava inglês, ao que ele respondeu “yes” com um grande sorriso.
Na verdade, o inglês dele servia apenas para dizer “good” enquanto apontava para os pratos na lista. Acabámos por pedir apontando para os nomes na ementa, sem fazer ideia do que nos iriam servir. Quando a comida apareceu, vinha em quantidade suficiente para os dois, e estava muito saborosa. E gostei ainda mais quando pagámos: cerca de 5€ por tudo.
4. Museu dos Dinossauros
Na Mongólia, em particular no deserto de Gobi, encontram-se muitos vestígios de dinossauros. Havendo um Museu dos Dinossauros (Үлэг гүрвэлийн төв музей) na cidade, tinha de o ir conhecer. Infelizmente, o espaço tinha muito pouco de museu. Na altura, estavam em obras e havia só uma pequena sala, com alguns ossos encontrados em terreno mongol. Fiquei um pouco desiludida.
Sei, no entanto, que depois das obras iriam ter novas exposições e um espaço maior. Ora aqui está uma excelente razão para um regresso meu a Ulaanbaatar.
5. Templo Museu de Choijin Lama
O Templo Museu de Choijin Lama (Чойжин ламын сүм музей) está situado bem perto da Praça Sükhbaatar. O complexo é composto por 6 templos budistas. A sua construção iniciou-se em 1904 e terminou em 1908. Esteve activo até 1937, altura em que foi fechado pelo regime comunista que então estava em vigor.
Transformado em museu, é hoje possível ver alguns artefactos budistas no seu interior, assim como diversas estátuas e esculturas.
6. Mosteiro de Gandantegchinlen Khiid
O Mosteiro de Gandantegchinlen Khiid, ou Gandan Khiid na sua forma abreviada (Гандан хийд), foi construído em 1809! Desse templo original, apenas sobreviveu, até aos dias de hoje, um pilar em madeira. Tal como outros mosteiros e templos na Mongólia, também o Gandan Khiid deixou de ser residência religiosa em 1937. Com o final do regime comunista, voltou a abrir portas e, neste momento, alberga cerca de 150 monges budistas.
Guia prático
Como chegar
Conheci Ulaanbaatar porque inclui a cidade no meu roteiro pelo caminho-de-ferro transiberiano. Assim, cheguei à cidade no comboio nocturno, vinda de Ulan-Ude (Улан-Удэ, lê-se Ulan-Udé).
Se decidires visitar Ulaanbaatar, muito provavelmente será num contexto parecido ao meu, pelo que chegarás à cidade de comboio. Assim, é importante saberes que comboios existem e como comprar os bilhetes. E não te esqueças: cidadãos portugueses necessitam de visto para visitar a Mongólia.
Mapa
Alojamento
Aquando da minha visita a Ulaanbaatar, fiquei alojada no Danista Nomads Tour Hostel, e não podia estar mais satisfeita. A localização é boa, todos os funcionários são extremamente simpático e fizeram de tudo para facilitar a nossa estadia na Mongólia. Foram-nos buscar e levar à estação de comboios sem nenhum custo adicional. E nem nos cobraram o valor do quarto nos 4 dias em que fomos visitar o interior do país e não dormimos lá, apesar de termos reserva. Mas existem outras opções, é só questão de se pesquisar. De certeza que vais encontrar algo que te agrade.
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ai Catarina eu AMAVA mas AMAVA mesmo ir à mongólia e juro-te que este teu roteiro é dos mais completos que já encontrei 🙂
obrigada por falares de viagens desta forma tão simples e informativa <3
beijo gigante
Olá Vânia! Espero que tenhas oportunidade de ir à Mongólia, é um país que recomendo MUITO. É mesmo dos que mais gostei de conhecer até hoje 🙂
Oh, obrigada eu por estares desse lado!
Beijinhos
Olá Catarina. Vou à Mongolia no próximo mês, mas apenas 6 dias.Vou pedir o visto em Moscovo, pessoalmente, mas tenho uma dúvida. Não te pediram letter of invitation? Tenho lido em alguns sítios que é necessário, e noutros que não.
Obrigado pela descrição 🙂
Olá Luís! Enquanto cidadã portuguesa, para a Mongólia não foi necessária nenhuma carta-convite (para a Rússia sim).
Os documentos que me pediram para o visto para a Mongólia foram os seguintes:
1) passaporte com validade de pelo menos 6 meses além da data de saída da Mongólia, com duas páginas não preenchidas;
2) uma fotografia tipo passe, a cores;
3) reserva de alojamento para todos os dias de permanência no país;
4) reservas de voos ou de comboios de entrada e de saída da Mongólia (basta a reserva, não é necessária uma cópia do bilhete);
5) seguro de viagem para a Mongólia (para os dias de permanência).
E foi isto 🙂 Espero que ajude!