Royal BC Museum, um museu surpreendente em Victoria, no Canadá

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Quando cheguei a Victoria, perguntei a várias pessoas que cá vivem – tanto canadianos como estrangeiros – quais seriam os pontos mais interessantes da cidade que teria mesmo de conhecer. Curiosamente, muita gente me falou no Miniature World (um museu com miniaturas representando diversos acontecimentos históricos e do mundo da fantasia, ao qual ainda não fui), mas nunca referiram o Royal BC Museum (Museu Real da Colúmbia Britânica), a não ser pelo cinema IMAX que partilha o mesmo edifício. Achei estranho, porque o Royal BC Museum é um dos melhores museus da província, e é essencial para quem quiser compreender um pouco mais a história do Canadá, e da British Columbia em particular. Talvez tenha falado com as pessoas erradas?

A principal razão que me levou a querer visitar este espaço foi o facto de o museu ter uma colecção de totens originais, criados pelos diferentes povos indígenas que ainda habitam algumas zonas do Canadá. Mas o museu é muito mais do que isso, e foi uma agradável surpresa do princípio ao fim da visita. Agora quero partilhar contigo cada galeria deste incrível museu, vens comigo?

Natural History Galleries (Galerias de História Natural)

Ocupando metade do primeiro andar (a outra metade é para exposições temporárias), este conjunto de galerias apresenta a fauna e a flora características da província da British Columbia, indo desde a Idade do Gelo até aos dias de hoje. Há ainda uma reflexão sobre os efeitos que as alterações climáticas têm tido em todo o meio ambiente. O que mais me impressionou nestas galerias foram as representações do mamute, da floresta costeira, da própria costa do Pacífico e do delta do rio Fraser, que estão incrivelmente realistas. No laboratório submarino há imensos jogos que nos permitem descobrir os diversos animais e plantas que se encontram debaixo de água, ao longo desta área do Oceano Pacífico.

Modern History Galleries (Galerias de História Moderna)

Estas galerias começam no final do século XVIII, com uma réplica do navio H.M.S. Discovery de 1789 onde se pode entrar. Foi neste navio que George Vancouver explorou a costa oeste da América do Norte. Depois, somos transportados para os finais do século XIX e início do século XX, começando por aprender um pouco mais sobre a corrida ao ouro e os conflitos com os povos indígenas. A vida nas cidades está incrivelmente bem representada, e pode-se entrar num hotel, conhecer as cozinhas da época, ficar à espera de um comboio, descobrir parte da Chinatown e percorrer todo o tipo de lojas. Há ainda uma zona dedicada ao comércio e à agricultura, e uma galeria final representando um mundo mais recente, com roupas e objectos das últimas 10 décadas. Praticamente tudo neste conjunto de galerias tem som (automático), pelo que parece mesmo que há vida: até uma galinha cacareja!

Our Living Languages (As Nossas Línguas Vivas)

As línguas oficiais do Canadá são o inglês o francês, mas existem muitos dialectos falados pelo povos indígenas, que representam cerca de 4,3% da população do país. Achei esta galeria extremamente interessante, porque é possível ouvir diversas palavras e pequenas frases em 34 desses diferentes idiomas, assim como saber de que parte da British Columbia é que são, e quantas pessoas é que falam fluentemente. São línguas extremamente raras, mas está a ser feito um trabalho de preservação e revitalização, para que não caiam no esquecimento e desapareçam completamente.

First Peoples Galleries (Galerias dos Primeiros Povos)

Este é o conjunto de galerias que me levou a querer visitar o Royal BC Museum, e esteve completamente à altura das minhas elevadas expectativas. Embora tenha pensado que a colecção de totens era maior, existe uma série de outros objectos com os quais não estava a contar: máscaras, roupas de rituais, casas, e uma enorme colecção de argilito esculpido pela tribo Haida. Nos últimos anos, o Canadá, e a British Columbia em particular (há 198 grupos de povos indígenas nesta província), tem tentado preservar a sua diversidade histórica e cultural, o que me deixa extremamente contente.

Guia prático

Como chegar

Estando no centro da cidade, a melhor forma para se chegar ao Royal BC Museum é a pé. A zona da baixa é pequena e andar a pé é a forma mais fácil (e rápida) de a percorrer. Para se chegar ao centro da cidade, existem diversos autocarros: é só entrar em algum que diga Downtown ou que passe por lá. A estação mais próxima do museu é a Westbound Belleville at Douglas, onde passam os autocarros 3, 27, 28, 30, 31, 50, 61, 70, 71, 72 e 75. Horários e rotas podem ser consultados no site da BC Transit.

Informação útil

Site: Royal BC Museum
Horário: todos os dias das 10h00 às 17h00 (horário de inverno)
Preço: $17 para adultos || $11 para faixas etárias entre 6-18, +65 e estudantes || grátis para crianças dos 3 aos 5 anos
Morada: 675 Belleville Street, Victoria, BC V8W 9W2 (Vancouver Island)

Nota: para uma conversão actualizada de dólares canadianos para euros, vê o site xe.com.
Horários e preços à data de publicação deste artigo.

Alojamento

Como a minha estadia em Victoria é por motivos profissionais, estou numa casa partilhada e nunca  fiquei num hotel ou similar. Assim, não posso dar sugestões de alojamento, apenas da zona: o melhor sítio para ficar é na Downtown ou perto da British Columbia Legislature, porque é onde tudo acontece. No entanto, como é uma cidade relativamente pequena, ficar um pouco mais longe do centro não tem muitas desvantagens, porque toda a área é facilmente percorrida a pé.

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