Gosto quase tanto de estar debaixo de terra como gosto de estar em cima dela. Não sofro de claustrofobia: minas e grutas são locais onde me sinto bem. E a verdade é que adoro descobrir os segredos que se escondem por baixo dos nossos pés!
Visitar as Minas de Sal de Wieliczka, na Polónia, foi um dos pontos altos do interrail que fiz em 2015. Toda a experiência é absolutamente fabulosa. O mesmo se pode dizer das Grutas de Mira de Aire ou das Grutas da Moeda, em Portugal.
Assim, quando descobri que havia uma salina subterrânea na Roménia, soube que tinha de ir visitá-la. Como se explica a Salina Turda, em pleno coração da Transilvânia? Foi uma autêntica surpresa, bem diferente de todas as grutas e minas que conheci até agora. Só que diferente nem sempre é bom… Mas já lá vamos.
O parque de estacionamento perto da entrada das salinas é pago, e quando chegámos não havia lugares. Assim, o carro ficou numa espécie de descampado à beira da estrada. Vários carros já se encontravam por lá. Tudo indicava que a salina estaria cheia. O que eu não sabia é muitas pessoas não estavam ali para a ver.
A visita à salina começa num corredor estreito e comprido, onde as paredes e o chão são feitos de sal. Como é permitido tocar, a minha mão rapidamente se atirou às paredes (quase por vontade própria). A superfície é escorregadia, deixando na mão uma sensação entre o pegajoso e o oleoso.
Durante algum tempo, andámos por ali a percorrer corredores de sal, tentando compreender a história do lugar. Há muito pouca informação sobre a salina e as suas salas. Acabei por conseguir perceber que o sal é extraído desta mina pelo menos desde a Idade Média, e a actividade continuou até 1932.
A verdade é que a visita não estava a ser extraordinária, mas também era injusto dizer que tinha sido um desperdício de tempo. Até porque esta salina tem uma particularidade muito interessante. Há zonas em que as paredes são listradas, em vários tons de cinzento, fazendo lembrar uma zebra!
Continuámos a desbravar o espaço e chegámos a um patamar, com vista para uma grande galeria. Eu nem queria acreditar no que os meus olhos estavam a ver.
Lá em baixo, uma roda-gigante. Olhando mais um pouco, apercebi-me que havia toda uma panóplia de equipamentos. Ali, há ténis de mesa e bilhar. Existe uma zona dedicada ao mini-golfe. Encontramos escorregas e um jogo da macaca. Há pequenos campos para futebol ou badminton. E de certeza que existem outras coisas que eu não vi.
Sim, a Salina Turda tem um autêntico parque de diversões no subsolo. Para mim, isto não fez nenhum sentido. No entanto, é para ali que se dirigem as pessoas que vimos entrar.
Por isso, se ainda não conheces a Salida Turda, vai lá. Pode ser que gostes e fiques com uma impressão diferente da minha!
Guia prático
Como chegar
De carro
São cerca de 35 quilómetros que separam Cluj-Napoca da Salina Turda, e a viagem de carro faz-se em 40 minutos. O caminho mais rápido é pela DN1/E60/E81 (não há portagens), saindo em Turda. A partir daí, há indicações para a salina.
De autocarro
A partir de Cluj-Napoca, há pequenos autocarros que vão até Turda. Os autocarros saem da esquina entre a Piața Mihai Viteazu e a Strada Ion Popescu Voitesti. Há veículos de hora a hora, a viagem dura cerca de 40 minutos, e custa 35 lei.
Depois, é só apanhar um autocarro de Turda para a salina, que custa 10 lei.
Informação útil
★ Site: Salina Turda
★ Horário: Todos os dias das 9h00 às 18h00
★ Preço: 30 lei para adultos; 15 lei para crianças, estudantes e reformados || preços detalhados
★ Morada: Aleea Durgăului 7, Turda
Nota: para uma conversão actualizada de lei para euros, vê o site xe.com.
Horários e preços à data de publicação deste artigo.
Alojamento
Fui à Salina Turda de passagem entre Cluj-Napoca e Sibiu, cidades onde pernoitei. Em Cluj-Napoca fiquei no Youthink Hostel e em Sibiu pernoitei no Smart Hostel. Ficar em Turda não me parece a opção mais interessante, por isso aconselho a que fiques em Cluj-Napoca. É a terceira maior cidade de Roménia, e o que não falta são sítios onde ficar!
Desconhecia esta salina na Roménia mas tal como tu adoro visita-las. A primeira que fui foi mesmo em Loulé, na minha terra, eram labirintos intermináveis, sem guia era impossível não me perder.
Também estive numa igreja de sal subterrânea na Colômbia e foi mágico, embora não seja religiosa. Haviam moveis e objectos variados feitos em sal muito perfeitinhos, foi uma experiência surreal.
Esta salina deu-me sentimentos um pouco contraditórios. Gostei da parte superior, mas achei bem estranho o parque de diversões em baixo.
A igreja de sal na Colômbia deve ser maravilhosa! Tenho de ir lá, quando me aventurar pela América Latina 😉
Na Romênia, também visitamos Cheile Turzii, Transilvânia, recomendamos ver !!! em geral, mesmo um país da Europa é completamente diferente dos países clássicos.
Eu passei lá ao lado, vi do carro mas não explorei. Tenho de regressar! Sem dúvida que a Roménia é um país diferente, e ainda pouco visitado. Mas vale muito a pena 😀