Viajando no comboio nocturno entre São Petersburgo e Moscovo

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Depois de 4 dias a explorar a magnificente cidade de São Petersburgo, abundante em palácios onde o espírito dos czares ainda vive, estava na hora de seguir viagem até à capital russa, Moscovo. A minha ânsia era grande: já tinha estado na cidade em 2013, e queria muito voltar. Fomos cedo para a estação de comboios Moskovsky (Моско́вский вокза́л), a única estação de onde saem os comboios até Moscovo. O nosso comboio era apenas às 23h36, mas às 22h15 já nos encontrávamos por lá. A estação estava cheia de vida, muitos comboios iriam partir, com vários destinos, durante as próximas horas. Aproveitei para comprar um chapéu-de-chuva numa das lojas que por lá havia, pois a previsão era de chuva para os próximos dias em Moscovo. Aquele chapéu revelou-se incrivelmente útil.

Quando o painel informou qual era o cais de onde o nosso comboio iria partir, fomos imediatamente para lá. O comboio 025AA – Smena estava ali, a esperar por nós. Procurámos o número da nossa carruagem e ficámos na fila que se começava a formar. Uma senhora, responsável pela carruagem (chamam-se provodnitsa, проводница), verificou os bilhetes e os passaportes, enquanto confirmava os nomes com uma lista impressa que segurava fortemente na mão esquerda. Olhou para a fotografia no meu passaporte, olhou para mim, voltou a olhar para a fotografia. Sim, sou mesmo eu, juro. Convencida de que os documentos me pertenciam, a provodnitsa devolveu-me a documentação e mandou-me entrar. Confesso que me senti como se fosse VIP e me dessem entrada num local a que poucos têm acesso – afinal de contas, o meu nome estava na lista.

Como íamos passar apenas uma noite no comboio, decidimos comprar os bilhetes mais baratos: os da 3ª classe. O que significa que íamos partilhar uma carruagem com mais 52 pessoas, entre elas famílias com crianças pequenas. Mas naquela carruagem toda a gente queria uma boa noite de sono, por isso o meu receio não tinha fundamento: o silêncio dominou durante as 8 horas que ali passámos. Apesar de ser uma carruagem aberta, criam-se pequenos compartimentos pela forma como as camas-beliche estão dispostas. Há 6 camas: 4 delas perpendiculares ao comboio e mais 2 nas laterais. Nas laterais, a cama de baixo é, na realidade, dois lugares sentados com uma mesa. Puxando a mesa e virando-a ao contrário, temos uma cama.

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Às 23h36 o comboio começava a andar – sim, os comboios russos são incrivelmente pontuais – e eu preparava-me para dormir. Puxei o colchão, abri o saco com os lençóis e a fronha da almofada e fiz a minha cama. Como estava em cima, tive de pôr o pé na cama de baixo para conseguir subir. Existe um apoio para o pé, mas do chão não lhe conseguia chegar: está pensado para pernas mais altas do que as minhas. Deitei-me e adormeci quase imediatamente. No dia seguinte iria acordar em Moscovo.

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